quarta-feira, 24 de março de 2010

Índios no Ceará


O Siará foi dos últimos locais conquistados pelos portugueses. Por isso, povos indígenas de capitanias vizinhas buscavam refúgio aqui. Quando da efetiva conquista na segunda metade do século XVII, houve feroz resistência armada. Os índios acabaram derrotados, embora continuassem a resistir, de outras formas. Jogaram os nativos em aldeamentos, para serem “civilizados”. Ali continuaram explorados e tiveram muito de sua cultura tradicional destruída. No século XIX, os latifundiários passaram a cobiçar a terra dos antigos aldeamentos, que as leis do Império, inclusive, garantiam aos nativos.

Em apoio aos latifundiários, o governo provincial usou do artifício de propagar que não havia mais índios e que os existentes já estavam “civilizados” ou miscigenados com a população - eram os “caboclos”.

Os índios perderam o direito de existir! Foram silenciados pelo Estado e suas terras tomadas. Apenas na década de 80, o movimento indigenista local se rearticulou, no processo de luta pela redemocratização e com o apoio do arcebispodom Aloísio Lorscheider. Segmentos das elites cearenses continuam ainda hoje não reconhecendo os índios locais, acusando-os de “farsantes” ou reproduzido preconceitos. A questão é que reconhecer tais índios implica dar-lhes terras, o que contraria frontalmente aos interesses de grupos oligárquicos e empresariais.

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